Fui escolhida por uma profissão.

Me lembro de quando, largada no sofá, recebi o convite para a minha primeira entrevista. Eu nunca sonhei em ser professora. Mas, bem... eu estava fazendo Letras, começando meu segundo ano e não tinha muito dinheiro. A oportunidade surgiu, a entrevista foi legal. Aceitei o emprego. Aulas de inglês aos sábados - afinal de contas, durante a semana toda, eu estava em outra cidade, fazendo o meu curso.
Escolhi fazer letras pois queria estudar inglês e ser, talvez, secretária bilíngue. Minha primeira aula da graduação foi de alemão. Fui arrebatada por um amor que veio sei lá de onde e que ficou e me fez seguir em frente e terminar meu curso, apesar dos pesares. E fui, nesse meio tempo, dando aulas de inglês - às sextas, aos sábados...
A primeira aula que dei foi bem no dia do meu aniversário. Dezoito anos. Uma turma composta por quatro homens, todos mais velhos que eu - claro. Foi um misto de insegurança, de não saber direito o que eu estava fazendo ali e de puro encanto por tudo aquilo que acontece dentro de uma sala de aula e que eu só comecei a compreender ali, naquele momento. Eu entendo o olhar de surpresa de cada um deles com a minha presença. Uma criatura pequena, usando all-star, tímida a não poder mais, meio perdida. Mas me achei. Me achei tanto, que nos tornamos grandes companheiros, essa turma e eu. E me lembro, tempos depois, da exclamação "Ela é das nossas", quando eu fiz alguma piada boba. E eu me senti, de verdade, "das deles".
Aula após aula, fui tomando consciência do real papel do professor na sala de aula. Fui compreendendo o quanto o encanto, o encantar e o brilho nos olhos faz diferença, ainda que eles se restrinjam àquele pouco tempo da aula. Entendi que aquelas duas, quatro, três horas podem ter um significado tão grande, tão bonito e tão cheio de prazeres quando os alunos vêem que as palavras não vem de fora, mas de dentro - e do fundo.
Alguns pequenos grandes momentos eu guardo com carinho muito especial. Alguns olhares, algumas palavras. Muitas risadas.
Não digo que são sempre flores. Às vezes, me pergunto onde eu estava com a cabeça por ter seguido essa profissão. Já senti vontade de sair correndo pela rua, de ir vender colar na praia. De bater a cabeça na parede. Princialmente quando, às sextas-feiras à noite, enquanto boa parte das pessoas estavam tendo uma vida normal, eu estava lá, preparando as aulas para o sábado. Ou quando, no domingo, preparava aulas para a semana, ou corrigia as milhões de coisas que precisava corrigir. Já chorei incontáveis lágrimas e jurei para mim mesma que nunca mais. Até o próximo semestre.
Não porque sejam sempre flores, mas porque meus olhos se enchem de lágrimas de emoção quando me deparo com a simples possibilidade de ajudar alguém a caminhar rumo ao outro mundo - aquele da outra língua. O encantar me encanta. O desmitificar me encanta. O desafio me encanta.
Não que eu vá fazer isso para todo o sempre. Mas faço sempre com o coração - e enquanto ainda houver amor. Quando chegar no limite, posso ir embora. Mas com a certeza de que foi bom.
E se há algo em que eu acredito é: jamais entre numa sala de aula se você não tiver a intenção de ser professor. Você dificilmente conseguirá sair dela.
Eu não escolhi. Fui escolhida pela minha profissão.

Hoje

E, se meus olhos se abrem pela manhã, é para ser só dúvidas. Enquanto as horas passam, sou espuma, letras, palavras, linhas. Sou som que cala e silêncio que grita alto, alto. Então sou panelas, copos, pratos, gostos, gestos e texturas.Aí sou sonho, paixões, rodeios e receios, para ser, de novo, letras, palavras, linhas. Sou frio, calor, pés descalços, mãos suadas. Franja nos olhos, poesia, voz, tampa de caneta na boca, ponta dos dedos tamborilando na mesa. Riso incontível e incontido, palavras ininteligíveis, pensamentos perdidos, sem rumo. Sonhos sem sentido, noites bem dormidas, poucas horas. Sou ônibus lotado, um lugar vazio, cheiro de pipoca, sabor de brigadeiro, suco de maçã. Sou saudades, sou moleca, pirralha, lágrima, medo. Praia, barraca, toalha xadrez. Sou chuva fina na praça, sapatilha, diário, lembranças. Sou pele, poros, olhos, lábios. Cor, voz, som. Um "que de..." não se sabe bem o que. Sou saliva, café, damasco, nostalgia... saudades do que foi e não voltará. Saudades do que podia ser e não é. Saudades ainda daquilo que um dia - quem sabe - será. Vontade de vida, de jeito, de gosto, de medo e de meu. Nada para aquilo que passou e não deixou nada. Música que ecoa de novo e de novo...sou a letra, a palavra, a frase que não é dita nem escrita, mas que os olhos contam sem pestanejar. Sou ás de copas, vestido amarelo, sempre presente, mas nunca lá. Letras, palavras, linhas, sons. Sou sempre. Sou só hoje, não amanhã.

Chuva, neve, poeira...

Nunca gostei das paradas no meio do caminho de Araraquara para Americana. Quase seis anos de viagens semanais e muitas vezes eu desejei ardentemente que São Carlos simplesmente não existisse e, por isso, o ônibus fosse direto da rodoviária do "meu mundo" para a rodoviária da minha cidade de sempre. Nunca havia gostado, até ontem.
Uma fome danada de quem teve preguiça de fazer comida. Uma vontade de ir ao banheiro de quem errôneamente bebeu umas três garrafas d'água antes de sair de casa. Paramos então no posto. Vinte minutos.
"Como se fosse uma vibração, não um ser", desci do ônibus sem pressa e em minha cabeça ecoava esta frase, de um conto que eu havia acabado de ler, de Caio Fernando Abreu. "Como se fosse uma vibração...".
Havia alguns cubículos de vidro, dentro dos quais podíamos nos sentar para comer. Vários deles estavam cobertos por plásticos pretos, por conta da reforma e limpeza do posto. Me sentei, sozinha, no único que ainda estava descoberto. Plásticos pretos não me agradam.
"Como se fosse uma vibração, não um ser", comecei a comer meu salgado e a frase de antes dava lugar aos sussuros e dedilhados da música de fundo: "dust in the wind...".
Foi aí que percebi a verdadeira razão dos plásticos pretos. O teto do lado de fora estava sendo lavado. E eu tive a sorte de estar num cubículo aberto. Milhões de pequenos brilhos dançavam no ar e alguns - poucos - ficavam parados no vidro. Muitos, muitos brilhos... chuva, neve... "dust in the wind...all we are is dust in the wind".
Fiquei ali, parada, olhando tudo aquilo. Presa no meu silêncio, mas, ao mesmo tempo, cantando por dentro e pensando que era uma pena que as outras pessoas, dos cubículos ao lado, estavam sendo privadas de ver aquela cena linda, pois estavam cobertas por plásticos pretos.
Pensei nisso e em muito mais. Aquilo tudo que a gente pensa em momentos impressionantes e depois mal sabe como pensou tanta coisa em tão pouco tempo.
Gotícula por gotícula, os minutos se passaram... dez... quinze... Era hora de voltar.
Ainda tive a delicadeza de passar bem pertinho da chuva, da neve, da dança, da leveza. Pequenas gotinhas em meus rosto. Com elas, vinha o vento...bom, muito bom...
Aquilo, que parecia tão tolo para quem trabalhava, me encantou muito. E, "como se fosse uma vibração, não um ser", subi no ônibus e senti o gosto e a textura do chocolate que havia comprado, derrentendo, sem pressa, na boca. O motor voltou a funcionar. Em breve deixaria para trás as milhões de gotinhas... os milhões de pensamentos.
Tudo pronto para partir e, agora, o som que ecoava no posto e os sussurros que ficavam na minha mente diziam, sem mais, "but I still haven´t found what I´m looking for..."
E eu repeti, até o fim do chocolate e até abrir o livro novamente, that I still haven´t found what I´m looking for...
Logo eu, que nunca gostei das paradas no meio do caminho...

eu prefiro a sinceridade...

Sim! Eu perfiro a sinceridade.
Não aquela sinceridade que você esquece que existe em alguns momentos estratégicos, por uma questão de sobrevivência ou algo do tipo.Eu falo daquela sinceridade que vem de lá do fundo de algum lugar que você nem sabe qual é, mas que praticamente te obriga a abrir a boca e falar para alguém tudo aquilo... tudo aquilo que está ali dentro e - às vezes - nem você mesmo sabe que está.
Acho incrivelmente desnorteante o fato irrefutável de que vivemos o tempo todo tentando esconder algo que sentimos, ou fazendo o possível para fazer com que acreditem que nos sentimos de um jeito diferente daquele que realmente carregamos nessa nossa caixinha de surpresas. Digo isso olhando de fora. Digo isso depois de lembrar de muitas e muitas coisas já ditas e ouvidas das e para as amigas e da/para a irmã, em conversas sobre nós e as pessoas.
Metade (ou mais) do que fazemos ou dizemos para algumas das pessoas que mais amamos são simplesmente... fake! Não é nenhuma intenção malígna que existe por trás disso. É simplesmente para manter as relações de uma forma que possamos suportar. Outras vezes é só porque nós, agradáveis seres de carne e osso, não sabemos lidar com os sentimentos que ouvimos das outras pessoas, nem com os nossos próprios. Ou eles nos lisonjeiam a ponto de nos sentirmos tão seguros de nós mesmo em relação àquilo, que deixamos de dar importância. Ou eles nos assustam de uma tal forma, que não sabemos como reagir e nos afastamos. Ou, numa pequena parte das vezes, conseguimos até lidar com aquilo tudo, deixando tudo mais leve, embora saibamos que o "tudo" que temos não é o "tudo" que a pessoa tinha para nos dar. Há sempre (ou quase sempre) algo mais.
O fato é que lidar com nossos relacionamentos sempre pensando nas consequências que as nossas palavras causam nas pessoas é algo que me incomoda um pouco. Me incomoda primeiro porque somos desajeitados com as palavras... não sabemos como dar as nossas palavras para as outras pessoas. Segundo, porque, por mais que tentemos, nunca sabemos com exatidão o que a outra pessoa fará com as palavras que a damos. Terceiro, porque tudo fica colocado num tabuleiro, de um jogo insano, em que um quer prender o outro por mais tempo: ganha quem consegue acalmar melhor o coração da outra pessoa com... essas palavras que já se sabia serem exatamente as que ela queria ouvir. E, depois de pouco tempo de convivência, nós já sabemos quais são estas palavras.
Acho, no entanto, que todo este Ballet, que dançamos a cada dia, é que nos faz ficar mais ou menos acomodados dentro da sanidade. E às vezes é até uma dança agradável... um vai-vem que faz fluturar e imaginar coisas que só assim imaginamos. Mas não é fácil lidar com sentimentos. Não é fácil falar de sentimentos. Não é fácil se relacionar com outras pessoas. Não é fácil sentir.
Ultimamente eu tenho preferido a sinceridade. E ela é daquelas que vem do fundo, dá vontade de falar, mas que pára no meio do caminho, pondera e diz só o que os outros ouvidos ouviriam de forma leve - com raras exceções à explosões incontíveis. E isso faz bem (tanto as explosões quanto as poderações). E ambas ainda deixam muito a se dizer e a sentir. Há sempre algo mais.
E esta coisa de ser gente me incomoda muito mais do que me conforta.

a place to call home...

Em uma das caminhadas me arrastando de casa até o campus, um dia desses, me peguei pensando (como várias outras vezes) nas diversas sensações que são causadas em mim por estar ali, de novo e de novo.
São muitos paradoxos.
Já ouvi, não apenas uma vez, que estudar fora muda tudo, faz toda a diferença. E faz. Fato. Mas talvez seja tudo muito diferente do que se imagina e é, sem dúvidas uma mistura de coisas indefinidas.
Minha intenção nunca foi esta. Menina sossegada, sem muitos planos futuros. Minha vidinha me bastava: mil amigos, conforto do lar, sempre alguém para me ajudar a atravessar a rua (o que era um desafio tremendo para mim). Sempre alguém para pegar na minha mão.
No susto, prestei vestibular. No susto, passei. Passei sem muita convicção, sem estudar, sem esperar.
Lá estava eu: cidade estranha, pessoas estranhas, lugar estranho. E a dor de estômago que não me deixava. O nó na garganta de quem quebrava a casca do ovo antes da hora.
Dezessete anos, boba de tudo. Boba para a vida. De repente, sozinha. Minha grande insistência era tentar me convencer de que aquele jamais seria meu lugar, jamais.
E não foi mesmo, por muito tempo. Pessoas vieram e foram. Algumas boas surpresas, algumas grandes decepções. Anos e anos e só depois de vários deles algo começou a me soar familiar e confortável. Algo começou a soar como "casa". E "casa" passou a significar coisas muito diferentes daquelas do início: o meu canto, o meu lugar, mas, ao mesmo tempo, o lugar que me levava para tantas outras pessoas e também aquele lugar onde a paciência e a tolerância devem sempre estar mode on, para evitar grandes conflitos externos. E os conflitos internos são inevitáveis.
Depois de tanta  coisa vivida, ainda soa estranho dizer que algo "está lá em casa" e ouvir a resposta de minha irmã, um tanto desconfortável com o que eu disse, "sua casa é aqui". Não é. Não completamente. É metade, ou talvez um pouco menos.
Sim. Sempre estive meio lá, meio cá. O meio do caminho me agrada neste ponto: tenho coisas boas das duas partes. Mas tem o lado ruim: onde é mesmo que me acho inteira? Aqui eu sou visita, lá sou passageira. Aqui eu tenho tudo, lá eu busco o mundo.
Será que a gente reaprende a juntar tudo em uma coisa só? Será que a gente volta completamente, ou vai?
São muitas pessoas, muitas situações, muito amadurecimento, muita dor. Muita dor velada com carinho pelas pessoas que estão (de verdade) ali do lado. Muita felicidade compartilhada com aquelas pessoas vindas dos lugares que você jamais imaginou conhecer.
O nó na garganta se desfez. Às vezes, no entanto, é falta de vontade de ter que ir para mais uma semana, ou falta de vontade de voltar para mais um final de semana. É muito amor, ou muito desamor. Tudojuntosemtercomoseparar.
Quero voltar para o lugar de onde saí. Sempre quis. Mas não é mais este aqui. Quero um canto que seja a minha casa, aqui.
Não. Não é fácil voltar a ser uma só. Também não é fácil viver dividida.
No fim das contas, acho que acabo querendo ter um lugar para chamar de casa...

E o tempo passou...

Feriado. Depois de uma corrida louca para conseguir pegar o bus que me levaria de volta ao lar-dece-lar da casa da vóvis, o marasmo de passar o dia todo em frente ao micro pedia uma batata rösti da batataria da esquina (só de falar dá fome!) e um filminho pipoca, para relaxar. Claro, tudo isso acompanhada de uma amiga - daquelas companheiras mesmo!
Depois do filme - claro-, horas e horas de conversas: sobre tudo e sobre todos... sobre nós e sobre os outros... mas só aqueles outros que fazem bem!
Hora de ir pra casa. Pegar o carro e dirigir para o outro lado da cidade. Que atípico!
As ruas estavam bem vazias e isto é um prato cheio para todo tipo de pensamentos filosóficos que insistem em tomar espaço na cabecinha fértil!
Pegar o carro. Sair às duas da manhã sozinha e dirigir de volta pra casa. Poxa! Quando é que eu cresci e esqueceram de me falar?
Há anos não fazíamos coisas semelhantes: ver filminhos nos colchões espalhados pela sala e jogar conversa fora. Claro que isto tudo traz várias lembranças dos "bons tempos que não voltam mais", mas que deixam um gostinho bom na boca e um cheirinho daquele lugar para o qual você pode retornar sempre que se sentir ameaçado.
Naqueles anos, tudo isso terminaria com três pessoas (não apenas duas. E a terceira faz falta!) dormindo desajeitadamente no meio de uma frase já bastante confusa por causa do sono...
Naquele dia, terminou comigo pegando o carro e dirigindo de volta pra casa.
Nossa! E aquilo tudo pareceu para mim tão fora de tudo a que eu estava acostumada! Sim, os anos se passaram, mas quase não dava para perceber. Talvez até agora eu tivesse sido uma pequenina, buscada e levada de volta para casa sã e salva e que só neste momento tivesse tido que crescer de vez. E de repente. E foi bom!
Fiquei pensando, no trajeto, em todo o pessoal da turma de antes. Alguns já casaram (estes cresceram na marra e mais rapidamente). Outros foram para algum canto do mundo, fazer sabe-se lá o que. Outros ficaram por aqui mesmo. Outros (e eu me incluo nesses) foram, mas não muito: uma perna lá, outra cá. O fato é que todos nós crescemos e, mesmo que demore um tempo para descobrirmos isto, uma hora ou outra a gente percebe...
E esta noite, em especial, me fez perceber, além do fato irrefutável da passagem do tempo, que algumas pessoas significam sempre a mesma coisa pra gente, ainda que não haja mais a proximidade anterior e que todos nós tenhamos mudado intensamente. Alguma coisa fica exatamente da mesma forma. E ver filmes toscos e comer batatas e jogar conversa fora continua sendo tão bom quanto era antes. E seria bom ter a certeza de que o tempo que vai passar daqui pra frente não vai fazer com que a gente deixe isso de lado, como tantas outras coisas que vamos deixando pelo meio do caminho que passamos e pelo qual não podemos fazer o passeio de volta.

E é bom poder andar pelas ruas vazias...

quanta gente!

é... várias coisas passam pela cabeça num dia como hoje e neste horário!
Gosto bastante de observar as pessoas, mesmo que nem preste tanta atenção assim nas suas ações reais, mas é interessante notar movimentos e rostos.
Véspera de feriado e as rodoviárias estavam lotadas. Observação garantida. Rodoviária de Araraquara com várias pessoas que não aquelas que vejo todas as semanas. Vem sempre alguém fazer algum comentário, perguntar sobre o próximo ônibus, a plataforma... falar daquele tal ser estranho que passou. Em São Carlos não cabia mais ninguém. Era estudante pra todo lado. Enquanto comia meu salgado, ia observando: alguns já tinham perdido o bus, outros esperavam ansiosamente e outros domiam a sono solto nas cadeiras azuis... a moça que perdeu a passagem (caiu do bolso do casaco, pode?) e ficou procurando em cada papel do chão (embora pegasse todos eles na mão, não tinha coragem de levá-los até o lixo, dois passos de onde estava).
O que será que acontece depois? Para onde vai este povo todo? Será que alguém cogita a possibilidade de estar sendo observado? Será que alguém também estava me observando?
É... é muita gente neste mundo...
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